Enciclopédia de Arton — Dragões

Ricardo Berger
9 min readSep 4, 2021

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Olá aventureiros. Sejam bem-vindos à Enciclopédia de Arton. Aqui, explicarei alguns aspectos do mundo de Arton para jogadores novos, bem como relembrarei assuntos antigos e talvez esquecidos para os veteranos.

Hoje falarei não sobre uma raça, mas sobre uma coletânea delas. Falo, é claro, dos dragões. Seus habitats, suas características, suas diferenças, seus reis e algumas espécies variantes serão explicadas a seguir.

Hydora, Benthos e Belugha, três dos dragões-reis artonianos

Dragões. Por milênios eles dominaram o mundo, juntamente com dinossauros (ou melhor, lagartos trovão) e outros monstros criados por Megalokk. Após um tempo quase infinito vivendo escondidos, os animais e humanos puderam viver livres, quando o Panteão se juntou para estipular fronteiras onde os filhos do Deus dos Monstros pudessem ficar, dando espaço para os filhos dos outros deuses prosperarem. Foi assim também com os dragões.

Suas principais características são o corpo imenso reptiliano de seis membros: quatro patas e duas asas. Além disso, possuem uma arma de sopro poderosíssima, a qual cria uma rajada elemental que varia conforme a espécie do dragão. Diferente dos outros monstros, porém, os dragões são seres de extrema inteligência, sentidos muito aguçados e que falam inúmeras línguas. Eles veem os seres humanos e semi-humanos como bichinhos de estimação, e matam com crueldade os que tentam invadir seus covis atrás de seus tesouros. Até aqui nenhuma novidade, certo?

Os dragões artonianos se dividem em 6 espécies principais, cada uma relacionada a uma cor e a um caminho elemental de magia. São eles, do mais fraco para o mais forte:

  • Dragões Brancos, habitantes de regiões geladas e relacionados ao caminho elemental da Luz. São mais selvagens e animalescos que os demais. Sua arma de sopro é um cone de ar gelado que congela criaturas ao mero toque.
  • Dragões Negros, habitantes de pântanos e cavernas e relacionados ao caminho elemental das Trevas. São traiçoeiros e adoram se infiltrar na sociedade humana e se divertir com as intrigas da corte. Sua arma de sopro é um cone ácido que derrete praticamente qualquer substância, por mais rígida que ela seja.
  • Dragões Verdes, habitantes de florestas profundas e relacionados ao caminho elemental da Terra. Gostam de usar de magia para vigiar ou enganar suas vítimas, para então surpreendê-las com o temor que causam quando atacam. Seu sopro é um cone de gás venenoso extremamente tóxico.
  • Dragões Azuis, habitantes de picos de montanhas e relacionados ao caminho elemental do Ar. Passam a maior parte de sua vida voando, mas são inteligentes e honrados o suficiente para fazer pactos com seres humanoides quando isso lhes convém. Sua arma de sopro é um relâmpago em linha reta que atinge oponentes mesmo do alto do céu.
  • Dragões Marinhos, habitantes de lagos e do fundo do mar e relacionados ao caminho elemental da Água. Gostam de nadar por seus vastos territórios e aumentá-los, invadindo territórios de outros de sua espécie e lutando, mas também perdem o interesse pelas coisas rapidamente. Sua arma de sopro é um cone de água fervente, capaz de queimar e derreter a carne dos inimigos como fogo, mesmo embaixo d’água.
  • Dragões Vermelhos, habitantes de desertos e vulcões e relacionados ao caminho elemental do Fogo. Arrogantes e vaidosos, são os mais poderosos dentre os dragões artonianos. Sua arma de sopro é um cone de chamas que derrete até metais, por isso os vermelhos evitam usá-lo em oponentes fracos (para não estragar os tesouros que as vítimas carregam e que logo pertencerão a eles…).

Dentre estes dragões, há um de cada espécie que é o mais poderoso de todos, com idade e poderes equivalentes aos de deuses menores (alguns inclusive o são, fornecendo poderes a seus seguidores). Eles são:

  • Belugha, a Rainha dos Dragões Brancos. Ela era a deusa menor do frio e governante suprema das Montanhas Uivantes, sendo responsável pela região ser eternamente gelada. Foi morta pelo Paladino de Arton durante a saga pelos Rubis da Virtude, mas seu corpo foi devolvido às Uivantes para evitar o degelo do local. Mesmo morta, seus devotos parecem continuar recebendo poderes dela.
  • Mzzileyn, o Rei dos Dragões Negros. Ele nem sempre foi um dragão rei, e ganhou este título após seu antigo mestre “abandonar” o cargo. Traiçoeiro, inteligente e mau além do que se pode imaginar, é um ser tão sombrio que suas próprias asas parecem ser feitas de sombras. Alguns que já o viram em sua verdadeira forma afirmam que elas realmente são sombras… mas quem ou o que teria sido poderoso o suficiente para arrancar as asas de um dragão-rei?!?…
  • Zadbblein, a Rainha dos Dragões Verdes. Ela também herdou o cargo de outro dragão, seu irmão mais velho Heart, após este ter sido morto pelo Paladino de Arton. Conhecida como “A Dama da Floresta”, esta poderosa e selvagem dragoa passa a maior parte do tempo vigiando e protegendo a Floresta das Escamas Verdes e outras florestas da grande Greenaria, no território de Sambúrdia.
  • Hydora, o Rei dos Dragões Azuis. Há mais de um milênio, este dragão que nunca pisa no solo se apaixonou e se casou com uma donzela élfica, e para que sua esposa pudesse estar sempre com ele, ele a deu asas, criando assim a raça dos elfos-do-céu. Diferente dos demais honrados dragões azuis, uma promessa feita por Hydora é tão sólida quanto uma bolha de sabão, pois o caótico rei dos céus costuma negar o que disse, quebrar promessas e as vezes até mudar de lado durante um combate! Dizem que a única pessoa capaz de por senso na cabeça deste ser tão poderoso quanto insano era sua esposa, desaparecida há alguns séculos…
  • Benthos, o Rei dos Dragões Marinhos. Ele é uma divindade menor no reino de Khubar, e foi o responsável por salvar sua população da colonização do povo de Bielefeld, séculos atrás. Costuma, entretanto, se ocupar muito mais dos assuntos de seu reino submerso no Mar do Dragão Rei, que possui este nome por sua causa.
  • E por último Sckhar, o Rei dos Dragões Vermelhos. Assim como Belugha, ele é regente de um reino de Arton, Sckharshantallas. Dizem que seu olho teria sido arrancado por sua antiga amante, ninguém menos que a própria Belugha! Os filhos dos dois seriam poderosos demais, então, para impedir a destruição do mundo todo, Khalmyr prendeu Belugha nas Montanhas Uivantes, o único ponto de Arton em que Sckhar não pode entrar. Por muito tempo ele se divertiu fazendo com que seu reino fizesse parte do Reinado, mas tal interesse pelos assuntos dos humanos acabou após a Guerra Artoniana. Ou pelo menos é o que os humanos acreditam…
Sckhar, o mais poderoso dragão vivo em Arton. Repare que eu disse VIVO…

Além das características já mencionadas acima, dragões também podem se transformar em seres de outras raças. Embora não seja necessariamente comum, dragões podem também copular com estes seres, gerando inclusive descendentes. Quando possuem filhos com humanoides, estes inicialmente parecem pertencer unicamente à raça de seu pai ou mãe bípede, e embora costumem apresentar afinidade com magia, a característica que se destaca e que pode ser essencial para a descoberta de que aquela pessoa na realidade se trata de um meio-dragão é a total imunidade ao elemento de seu parente dracônico.

Mas meio-dragões humanoides não são os únicos existentes. Dragões também podem usar sua habilidade de transformação para se disfarçarem de animais ou monstros, e, se copularem com estes seres, geram filhotes que (diferente de meio-dragões humanoides) possuem características dracônicas facilmente identificáveis. Se não pertencem a uma espécie que possui garras ou presas afiadas, o meio-dragão as possuirá, juntamente com algumas escamas grossas capazes de protegê-lo e também uma arma de sopro parecida com a de seu pai escamoso.

Além dos chamados dragões cromáticos, existem algumas sub-espécies do dragão verde que possuem escamas de cores metálicas. Estes possuem algumas características diferenciadas, como um comportamento menos maligno (alguns inclusive são benignos) e armas de sopro diferenciadas do sopro de veneno comum. Eles são comumente encontrados apenas na Pondsmânia, mas podem viver em outros lugares também. Já foram relatadas visões de dragões metálicos de bronze, cobre, latão, prata e ouro, embora não se saiba quase nada sobre eles além do seguinte:

  • Dragões de Bronze são especialistas em magias de transformação e normalmente vivem próximos a cursos d’água, pois respiram embaixo d’água e são excelentes nadadores. Não costumam lutar exceto em causas nobres, e possuem duas armas de sopro: uma de relâmpago, como os dragões azuis, e outra na forma de um gás de repulsão, que força suas vítimas a se afastarem do dragão.
  • Dragões de Cobre são piadistas incorrigíveis, que adoram toda forma de desafios e charadas. Possuem a habilidade de andar em qualquer superfície sólida e de moldar rochas à vontade, o que usam para moldar covis em forma de extensos labirintos subterrâneos. Podem se alimentar de quase qualquer coisa (inclusive de minérios), mas preferem comer animais venenosos — dizem eles que o veneno aguça sua inteligência. Possuem duas armas de sopro: uma de ácido, como os dragões negros, e outra que deixa suas vítimas lentas.
  • Dragões de Latão são conversadores implacáveis. Adoram longos diálogos com seres humanos e não deixam suas vítimas escaparem antes de um extenso interrogatório, além de serem excelentes manipuladores. Costumam viver em ambientes desérticos, onde passam longas horas tomando sol, e podem se alimentar de qualquer substância. Possuem duas armas de sopro: uma de fogo, como os dragões vermelhos, e outra na forma de um gás de sono.
  • Dragões de Prata são os que mais se aproximam das raças humanoides. Passam a maior parte do tempo disfarçados e vivendo entre os humanos, e possuem um forte senso de justiça e de não-violência. Podem se alimentar de alimentos humanos por quanto tempo quiserem, e costumam fazer seus ninhos no topo de altas montanhas. Possuem duas armas de sopro: uma de gelo, como os dragões brancos, e outra na forma de um gás paralizante.
  • Dragões de Ouro são os com maior senso de justiça entre todos os dragões. Extremamente honrados, costumam fazer alianças de proteção mútua com os seres que vivem próximos de seu covil, desde que estas não sejam criaturas malignas. Eles podem inclusive gerar uma aura de coragem nas criaturas bondosas ao seu redor, e possuem duas armas de sopro: uma de fogo, como os dragões vermelhos, e outra na forma de um gás de enfraquecimento (de funcionamento semelhante ao óleo fétido dos trogloditas).

Dragões metálicos geram descendentes apenas quando cruzam entre si ou com dragões verdes, o que reforça a teoria de que são os primeiros são uma subespécie dos últimos. Dito isto, quando dragões cromáticos de cores diferentes acasalam entre si, eles podem gerar descendentes normais… mas já se ouviram casos em que o resultado da união foi uma monstruosidade sem tamanho: os filhotes nasceram com duas cabeças! Estes dragões bicélafos possuem corpos listrados como tigres, com as cores de seus pais, e suas cabeças são uma de cada cor, cada qual com a arma de sopro de seu respectivo elemento.

Um dragão celestial, voando pelo Império de Jade

Falando em elementos de magia, é dito que na cultura de Tamu-ra, os elementos Luz e Trevas não existem, mas sim uma fusão dos dois chamada Vácuo, e que os dragões tamuranianos seriam justamente dragões deste elemento. Verdade ou não, em sua terra natal eles são chamados de Dragões Celestiais, seres nativos de Sora, o mundo espiritual de Lin-Wu, e seu dragão-rei era Tekametsu, o imperador do Império de Jade. O imperador de Tamu-ra se sacrificou para salvar o máximo possível da capital de seu império, teletransportando um bairro dela para a Valkaria antes que a Tormenta destruísse tudo. Após a guerra que libertou Tamu-ra da Tormenta, Tekametsu parece ter reencarnado como uma criança, mas até agora o antigo imperador dragão não demonstrou nenhum poder ou transformação dracônica, apesar de governar com a mesma sabedoria de outrora…

Há ainda os necrodracos, que são dragões esqueletos, dragões zumbis e os perigosíssimos dragões lich! O rei destes últimos é ninguém menos que Tarso, o antigo rei dos dragões negros, que se tornou um lich e é provavelmente a criatura mais poderosa de Arton! Por algum motivo, entretanto, Tarso costuma andar como servo de Vladislav Tpish, um necromante professor da Academia Arcana de Valkaria.

Tarso, mostrando sua verdadeira forma (mas não seu verdadeiro tamanho) para Sandro Galtran

Um último detalhe sobre os dragões lich: ao contrário dos liches comuns, dragões lich não possuem um amuleto secreto em que guardam sua alma, o qual é a única forma de se destruir um lich…

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Ricardo Berger

Escritor. RPGista. Engenheiro. Necessariamente nessa ordem. Writter. RPG player. Engeneer. Necessarily in that order.